Que
seja feita a minha vontade.
Bruno
Catão
Olá todo mundo.
Na entrevista de hoje o Book of Livros trás um escritor pra lá
de talentoso, estamos falando de Bruno
Catão, coautor do livro Contos
Amargos.
Confira a sinopse do livro
no site da editora Pendragon.
1.
Quem é Bruno Catão?
Meu nome é Inigo Montoya.
Você matou meu pai. Prepare-se para morrer.
2.
Quando percebeu que a escrita fazia parte da sua vida?
Há muito tempo atrás, em uma
galáxia muito distante.
Acho que sempre usei
histórias para compreender o mundo, então a transição de leitor para escritor
foi algo bem precoce. Agora, de escritor para escritor bom, deve levar uma vida
e meia.
3.
Qual o primeiro livro que se lembra de ter lido?
Difícil. Provavelmente O Rei
Leão, de uma daquelas coleções infantis que vinham numa caixinha musical
(alguém lembra disso?).
4.
Como era a primeira história que você criou?
Eu tenho uma memória bem
vaga de uma história de detetive e assassinato que eu escrevi na quarta série,
mas imagino que tenha havido outras antes.
5.
Quais são suas inspirações?
Várias. Acho impossível não
citar Gaiman, Tolkien, Douglas Adams e Terry Pratchett, mas tem bastante de
Stephen King, Alan Moore, Grant Morrison, Eddie Izzard, George Carlin, Maurício
de Souza, Monty Python e muitas outras. Na maior parte do tempo eu não consigo
apontar a voz de quem está sussurrando no meu ouvido, mas sempre tem muita
gente.
6.
Metas para o futuro?
Parar de procrastinar e
começar a escrever os próximos livros.
7.
Como você enxerga o quadro atual da literatura no Brasil?
Eu acho que toda vez que se
faz essa pergunta a um escritor nacional, o entrevistador espera ouvir um choro
de que no Brasil ninguém lê. Não é bem por aí. Quem diz isso não entende de
nicho de mercado. Não é uma maioria do país, longe disso, mas também não é como
se não existisse um mercado. O público está aí, o problema do autor brasileiro
é conseguir alcançá-lo e conquistá-lo com um conteúdo bom.
8.
Qual é o seu livro nacional predileto?
Tirando o Contos Amargos?
Acho que o livro nacional que eu mais li foi O Vampiro que Descobriu o Brasil,
do Ivan Jaff. É a história de um português que é mordido em Lisboa, vem para o
Brasil dentro de um barril e acaba vivendo os primeiros 500 anos da nossa
história. Pena que o livro termine no ano 2.000, queria ver o que o Antônio
teria a dizer sobre o nosso atual presidente vampiro.
9.
O que gosta de fazer nas horas vagas?
Quando o dinheiro deixa, eu
gosto de ir ao cinema. Se não for o caso, eu gosto de procurar filmes estranhos
na Internet. Já viu “O que Fazemos nas Sombras”? Despretensioso e totalmente
hilário.
10.
O que você diria para uma pessoa que está começando agora?
Se você não tropeçar no
caminho, provavelmente está andando errado.
Confira agora um trecho do conto
Divino, escrito pelo autor:
DIVINO
Eu não
sei dizer por quanto tempo vaguei pela escuridão gelada do vazio. Eu vi
planetas se formarem, estrelas nascerem e morrerem em explosões além da
imaginação dos cérebros animais que tentaram me compreender. Eu vi sistemas
solares se formarem e serem engolidos por sóis famintos, buracos negros
devorarem as próprias noções de tempo e espaço, enquanto eu apenas seguia sem
destino pela escuridão do Universo.
E eu vi
vida. Eu vi flores em jardins que compreendiam toda a superfície de planetas. Eu
vi insetos construindo colmeias que se estendiam em busca da luz de estrelas
indiferentes. Eu observei cobaias de laboratórios se revoltarem contra seus
mestres e construírem suas próprias civilizações das ruínas de seus opressores.
Eu
assisti tudo isso a distância enquanto viajava nas costas congeladas de um
asteroide perdido, o último vestígio de um planeta que nem eu sou capaz de
recordar, sempre em frente, sempre em movimento, sempre frio e solitário.
Cheguei
ao Planeta Azul por pura sorte. Eu não esperava chegar a qualquer lugar depois
de tanto tempo, muito menos um que fosse tão receptivo. Conforme a rocha
espacial se aproximava da superfície verdejante, meu casulo de gelo se desfez
com as chamas da reentrada na atmosfera, e eu passei a sentir uma presença
diferente de todas as que observei de longe durante todo aquele tempo. Uma
forma de vida diferente se encontrava neste planeta.
A
cratera que marcou minha chegada mal havia parado de fumegar quando eles
chegaram. Dentro de peles sintéticas, estes bípedes encontraram meu veículo, ou
o que restava dele, e levaram-me para um laboratório de sua espécie, onde a
minha pequena rocha espacial seria analisada, catalogada, estudada, arquivada e
esquecida entre outros objetos caídos do céu. A pedra, pelo menos, foi.
Acompanhe o desfecho dessa história
no blog Tô Pensando em Ler.
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Gostei Inigo Montoya por conhecer um pouco da sua história kkkk ou melhor Bruno Catao. Continue assim
ResponderExcluirMuito bom conhecer melhor os autores.
ResponderExcluirEssas entrevistas do Book of Livros estão demais.
Parece ser um cara bem convicto de suas ideias e super bacana, o Bruno.
Desejo sucesso em sua carreira profissional.
abraços!