“Eu nunca
ignorei. Sei que pensa que vivo com a cabeça nas nuvens, e pode até ser que eu
viva mesmo um pouco. Mas nunca deixei de perceber como nossa mãe era rígida
conosco e principalmente com você. Sei que o nosso mundo não é dos mais fáceis;
mas eu prefiro dar o meu melhor e ver as coisas boas nele do que me afundar nas
coisas más. Isso não é viver num mundo cor-de-rosa. É apenas tentar ser feliz com
aquilo que se tem.”
Acompanhe essa entrevista ao som de um dos Sondtracks preferidos da autora:
Salve salve todo mundo. Então, vamos de
entrevista? A escritora do dia é uma garota super carismática e bastante
talentosa, falo de Gabrielle M. F. de Souza,
autora do livro Blackwater.
Confira a sinopse no site da editora.
1. Quem é você?
Eu
sou a Gabi! Hahaha Sou formada em Direito (mas não sou doutora!), mediadora,
revisora e tradutora, mas acima de tudo uma escritora apaixonada pelo que escreve
(quando vejo alguém dizendo que gostou do que escrevi, é como se tivessem me
dito que ganhei o Nobel da Literatura, eu me sinto honrada!). Tenho 23 anos,
sou daqui de São Paulo, adoro leitura fantástica, amo minha família e meus
amigos (as), que sempre me incentivam (SEUS LINDÕES), sou da Corvinal, torço
pelos Starks, taurina, feminista... e claaaro, amo literatura. É algo que me
preenche e me traz uma alegria enorme, poder sentar e ler um bom livro com um
bom chá ❤
2. Quando percebeu que a escrita fazia parte da sua vida?
Acho
que desde pequena ela fez parte. Quando menor pegava livros na biblioteca da
escola pra ler; uma amiga da família me deu um caderno da Branca de Neve e eu
escrevia continhos neles; adorava aula de redação... Cheguei até ser chamada de
Rata de biblioteca, porque quando ficava irritada ou coisa assim corria pra lá!
A bibliotecária até hoje é uma pessoa muito querida!
Minha
primeira tentativa de escrever um livro foi na quarta série, deu uma coisinha
de seis páginas escritas à mão, até dei um jeito de encadernar com sulfite e
enchi de adesivos na capa. Dali em diante os livrinhos foram crescendo: no
médio eu fiz o meu segundo, dessa vez uma coisa de duzentas e poucas páginas,
bem estilo Crepúsculo e que ficou horrível! Depois fiz Blackwater, no final do
médio e início da faculdade. Mas nunca achava que ele estava bom o bastante,
então só agora mandei pra uma editora (depois de muito incentivo da minha mãe)!
3. Qual o primeiro livro que se lembra de ter lido?
Vish,
meu primeiro livro lido... Se não me engano o primeiro que me conquistou se
chamava Fábulas de La Fontaine. Era um compilado de contos do escritor francês,
que eu sempre lia. Até hoje me lembro do conto da Raposa e da Cegonha.
4. Como era a primeira história que você criou?
A
primeira história que eu criei foi sobre uma flor mágica, que uma menina
plantou e acaba desabrochando quando ela estava bem triste, coisa assim! Faz
muitos anos isso, eu era bem pequena (naquele caderninho da Branca de Neve), e
nem mesmo sei onde está, ou se eu guardei. Se não foi essa minha primeira
história criada, acho que foi sobre uma jovem japonesa e um rapaz que se
apaixonam, mas ela é comprometida com outra pessoa; eu lembro de ter me
inspirado em 5 minutos, de José de Alencar.
5. Quais são suas inspirações?
Eu
sou apaixonada pela J. K. Rowling, Jane Austen, Georgette Heyer, Sarah J. Maas
e Christopher Paolini (tem outros também, mas por enquanto esses são os que
surgem na minha mente). Eles me inspiram muito, e se algum dia tiver um quinto
do talento deles posso morrer feliz!
6. Metas para o futuro?
Minha
maior meta é poder trabalhar com os livros. Apesar da graduação em direito, eu
realmente me interesso pelo mercado editorial e o que ele pode oferecer. Então,
além de poder viver o resto da minha vida rodeada de livros e escrevendo
livros, quero poder também trabalhar na área. As palavras e a literatura sempre
fizeram parte da minha vida, não vejo mais sentido e motivo que esse!
7. Como você enxerga o quadro atual da literatura no Brasil?
Atualmente
eu vejo muuuito potencial na literatura nacional, mas ela é muito pouco ou nada
explorada. As chances de um iniciante ingressar nesse mercado são bem pequenas,
ainda mais pelos meios comerciais, então às vezes pagam fortunas para ter uma
chance ao sol. A representatividade chega até nessa esfera: se você for numa
livraria e olhar as mesas onde ficam os destaques, são pouquíssimos os livros
escritos por BONS autores nacionais, que tiveram o trabalho de pesquisar e
elaborar um enredo bacana. Temos uma miríade de romances históricos escritos
por americanos e britânicos que estão expostos por aí, mas agora autor
brasileiro... mesmo tendo muita gente que escreve o gênero e escreve muito bem!
Por que não incentivar isso então? Por que não estimular? Ao invés de olharmos
as gramas vizinhas, temos um quintal mega verde aqui dentro!
8. Qual é o seu livro nacional predileto?
Eu
gosto bastante dos mais antigos, então adoro Helena e Dom Casmurro, de Machado
de Assis e Capitães de Areia do Jorge Amado. Mas também me interesso pelos mais
recentes, em especial os quadrinhos nacionais, como Os Poucos e Amaldiçoados,
cujo roteiro é do Felipe Cagno.
9. O que gosta de fazer nas horas vagas?
Ler
é claro! Sou colaboradora de sites, então escrevo resenhas para eles e algumas
pautas. Então normalmente o que faço no meu tempo livre é ler para alguma resenha!
Ou então vendo novela coreana (ANTES QUE ALGUÉM ENTORTE O NARIZ, elas são muito
boas! E super curtinhas, o que ajuda bastante se você, assim como eu, cansa
quando tem muitas temporadas!).
10. O que você diria para uma pessoa que está começando agora.
Bem,
acho que o bom e velho clichê de não desistir. Se é o seu sonho publicar o
livro, e você acha que vale a pena, vá atrás. Não deixe empoeirar na gaveta,
não tente buscar a perfeição. Eu sei que sempre queremos deixar ele no ápice,
no melhor do melhor, mas às vezes ESSE É O MELHOR. Aprecie aquilo que você se esforçou
tanto pra por no papel. É o seu bebê! E se você for recusado na primeira, tente
pensar assim: J. K. Rowling teve seu livro rejeitado umas 12 vezes, então VOCÊ
AINDA TEM CHANCE! Ah e faça o registro na Biblioteca Nacional antes de sair
enviando para as editoras: assim você se garante legalmente. *dica de advogada
e escritora*
11. O que te fez escolher a Pendragon?
Principalmente
o feedback dos autores. Tem muita editora que enrola o escritor, que cobra
preços absurdos e não entrega, que desaparece com o original e isso me preocupa
muito. A Pendragon tem uma proposta de tiragem menor e bem mais em conta para o
escritor que está no começo. O que gostei bastante, pessoalmente falando, é que
eles leram o livro. E não estou brincando quando digo isso. Eles demoram mais
ou menos uns três meses, mas te enviam uma ficha com o que acharam da obra, o
que precisa corrigir. Isso me deu segurança, porque eu pensei “poxa, eles se
deram ao trabalho de de fato ler meu original inteiro!”
Confira agora um trecho de Blackwater:
“A
aba do meu chapéu produzia uma sombra em volta de mim, impossibilitando-o de
ver meu rosto. Ele ergueu a face na minha direção.
— Mostre
seu rosto, desgraçado! Assim quando eu for salvo te caçarão por todos os mares,
pirata desgraçado!
Fiz
uma pequena mesura enquanto continha meu riso. O idiota achava que eu era
homem!
— Como
queira. — e retirei meu chapéu. Meus cabelos curtos, vermelhos e queimados do
Sol caíram em camadas até a altura do meu queixo. Eu o encarei e sua expressão
era a mais revigorante possível: assombro e perplexidade.
— Como...
O quê... Mas você é... — sua voz minguou na última palavra.
— Uma
mulher? — eu completei. — Surpreso? Você foi vencido por mulheres! Agora... — comecei a percorrer a cela — Eu tenho uma regra clara aqui: homens não são
permitidos. O que faremos com você então? — eu recoloquei meu chapéu. — Eu
estou com poucas pessoas para limpar meu navio... — eu sorri maleficamente em
sua direção — você vai servir perfeitamente para o serviço até que sirva para
algo melhor. Vai limpar do convés até a parte mais inferior do navio, excluindo
minha cabine, estou me fazendo clara?
— Eu
não vou limpar um navio de vermes! Não importa se você é um homem ou não, eu
nunca vou me rebaixar! — até ele terminar de dizer isso eu já o havia pego pelo
colarinho da camisa surrada e aproximado meu rosto do seu para que ele não
pudesse desviar. Ele praticamente não respirava.
— Escute
bem, minha mão está coçando para eu pôr minha arma na sua garganta e atirar.
Você está preso nesse navio até ancorarmos no próximo porto, onde eu vou
decidir seu destino. Então é melhor você me obedecer, porque eu não me incomodo
de estourar seus miolos aqui mesmo!”
Leia também a degustação no Wattpad com os primeiros capítulos.
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